Adolescente viveu na Sierra de Atapuerca, no norte da Espanha
"Chico de la Gran Dolina" como é chamado, de quase um milhão de anos, foi confirmado como o Homo Antecessor, do qual apenas encontraram restos na região de Sierra de Atapuerca, no norte da Espanha.
Parte do estudo foi publicada na revista científica Plos One sob o título Facial morphogenesis of the earliest europeans, informou nesta terça-feira em entrevista coletiva um de seus autores e membro da equipe científica de Atapuerca, José María Bermúdez de Castro.
A análise, realizada por cientistas do CENIEH (Centro Nacional de Pesquisa sobre a Evolução Humana) e da Universidade de Nova York, concluiu que o rosto tem traços modernos, já que é visível uma expansão craniana e os dentes também são modernos, embora ainda possuam "traços primitivos".
Os restos do "Chico de la Gran Dolina", que morreu na Sierra de Atapuerca, não são os únicos que poderiam permitir estudos sobre esta espécie. Até agora, foram localizados 140 restos de 11 indivíduos, embora a maioria deles seja de crianças e adolescentes, havendo apenas restos de dois adultos.
"Sem dúvida alguma", de acordo com Bermúdez de Castro, se trata de uma espécie distinta a todas encontradas até agora.
O paleontólogo acredita que o Homo Antecessor pode estar "muito próximo" ao antepassado comum entre o Homo Neandertal e o homem moderno, "inclusive poderia ser esse ancestral", embora seja algo que ainda tem que ser debatido com a comunidade científica.
Trata-se de um tronco comum que deve ter surgido em uma zona situada entre o leste da África e o sudoeste da Ásia entre o Homo Neandertal, que se expandiu pela Eurásia, e o homem moderno, cuja origem é situada na África.
Bermúdez de Castro reconhece que a comunidade científica não está totalmente de acordo em relação a este ponto e pede uma opinião, embora tenha lembrado que quase não foram feitos mais estudos sobre restos do Homo Antecessor que os realizados pelos membros da equipe de Atapuerca.
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