domingo, 16 de dezembro de 2012

Fóssil pode antecipar vida terrestre em 65 milhões de anos


A descoberta publicada na revista 'Nature', afirma que organismos até então considerados de habitat marinho viveram, na realidade, em terra

Um novo estudo defende que um organismo antes tido como ancestral de criaturas marinhas remotas vivia na verdade em terra. Usando análises químicas e microscópicas, o geólogo da Universidade do Oregon afirma que os fósseis provavelmente pertenceram a organismos terrestres. De acordo com Retallack, eles podem ter sido líquens – uma combinação de fungo e algas ou bactérias – ou mesmo colônias de micro-organismos. Caso seja confirmada, a descoberta pode antecipar em 65 milhões de anos a existência de vida em ambientes terrestres. O geólogo Gregory Retallack, da Universidade de Oregon, em Eugene, defende que a coloração avermelhada e os padrões de clima nas rochas onde os fósseis foram encontrados indicam que os depósitos se formaram em um ambiente terrestre. Retallack argumenta que, em vez de água, a região estudada mais se assemelhava à tundra no Ártico.
Os fósseis, de um período chamado Ediacarano, compreendido entre 542 e 635 milhões de anos atrás, foram escavados no sul da Austrália em 1947. Muitos paleontólogos consideram que eles são vestígios dos primeiros organismos marinhos relativamente complexos, como vermes.
"A descoberta tem implicações para a árvore da vida porque retira os fósseis Ediacaranos da ancestralidade dos animais", resumiu Retallack, autor do estudo publicado na quarta-feira (12) na revista científica Nature. Os fósseis representam "uma radiação evolutiva independente da vida na terra que precedeu em pelo menos 20 milhões de anos a chamada explosão cambriana (o surgimento de muitas novas espécies entre 570 e 530 milhões de anos atrás)", escreveu. Retallack acrescentou, no entanto, que isso não significa que todos os fósseis Ediacaranos eram terrestres.

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