domingo, 3 de agosto de 2025

Doença óssea mortal dizimou dinossauros pescoçudos

 


A descoberta de um conjunto de ossos de saurópodes (os famosos "dinossauros pescoçudos") em Ibirá (SP) revelou evidências de uma doença óssea grave e fatal que acometeu esses animais há cerca de 80 milhões de anos, no período Cretáceo


🔬 O que aconteceu com esses dinossauros?

  • Foram analisados fósseis de seis indivíduos encontrados no sítio paleontológico Vaca Morta, coletados entre 2006 e 2023. Todos apresentaram sinais característicos de osteomielite, uma infecção óssea (causada por bactérias, vírus, fungos ou protozoários)

  • Os ossos mostravam textura esponjosa, lesões que iam da medula até a superfície óssea, algumas perfuradas, com protrusões circulares ou elípticas — e sem nenhum sinal de cicatrização. Isso indica que os animais morreram em plena fase ativa da infecção

  • Lesões atrofiaram a estrutura óssea e, possivelmente, criaram fístulas que expeliam pus ou sangue, causando sofrimento e morte rápida


🌱 Por que isso ocorreu em Ibirá?

  • O ambiente paleoambiental era árido, com rios rasos e extensas poças de água parada. Essas condições eram propícias para a proliferação de patógenos, possivelmente transmitidos por mosquitos ou pela água contaminada que os animais consumiam

  • A ocorrência simultânea da doença em vários indivíduos do mesmo local e período sugere condições ambientais locais favoráveis à infecção generalizada entre aqueles dinossauros



🦠 Parasitas fossilizados dentro do osso?

  • Além da osteomielite, pesquisas anteriores em fósseis de um saurópode menor da região identificaram parasitas sanguíneos fossilizados dentro dos canais vasculares do osso, também associados à doença

  • Este foi o primeiro registro mundial de parasitas preservados em ossos de dinossauro, sugerindo que aqueles patógenos possam ter sido agentes contribuidores (ou facilitadores) da osteomielite

  • Os parasitas lembravam protozoários semelhantes aos que causam leishmaniose em humanos, e o dinossauro afetado apresentava feridas abertas por todo o corpo, como uma espécie de “dinossauro zumbi”



🧠 Por que é importante?

  • São poucos os relatos de doenças infecciosas em saurópodes, e este trabalho foi publicado na revista The Anatomical Record com forte apoio da FAPESP e CNPq

  • O estudo traz novas formas de se identificar osteomielite em fósseis, distinguindo-a de tumores ou traumas ósseos, e estabelece um padrão de diagnóstico útil para futuros achados paleontológicos ou arqueológicos

  • Revela também como alterações ambientais podem impactar a saúde de espécies — um alerta relevante até mesmo para a compreensão de doenças modernas.


📋 Resumo em tabela

TemaDetalhes
Tipo de doençaOsteomielite (infecção óssea aguda/severa)
Número de indivíduos6 saurópodes afetados no sítio Vaca Morta
Idade geológica~80 milhões de anos (Cretáceo)
Características das lesõesAusência de cicatrização; textura esponjosa; fístulas visíveis
Ambiente provávelPoças de água parada, clima árido, alta presença de vetores e parasitas
Achado adicionalParasitas fossilizados dentro de ossos de saurópode
Relevância científicaNovo padrão diagnóstico; contexto paleoepidemiológico; implicações médicas

📚 Fontes:

  1. Veja (Abril)

  2. Agência Página Um

  3. Diário da Região (São José do Rio Preto)

  4. Artigo científico na revista The Anatomical Record

    • Título: Several occurrences of osteomyelitis in dinosaurs from the Upper Cretaceous of Southeast Brazil
      (Disponível via periódicos científicos com acesso institucional)

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