segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Fóssil humano mais antigo fora da África

Fóssil foi encontrado na caverna de Misliya em Israel

Imagem: Tel Aviv University/Reuters
O Fóssil de uma mandíbula parcial com sete dentes encontrada em 2012, na caverna de Misliya, nas encostas oestes do Monte Carmel, em Israel, representa o que cientistas estão chamando de os mais antigos vestígios conhecidos de Homo sapiens fora da África. A descoberta mostra que nossa espécie deixou o continente africano pela primeira vez muito antes do que se pensava anteriormente. Porém, só agora os cientistas puderam comprovar que os dentes carregam traços característicos do Homo sapiens e têm entre 177.000 e 194.000 anos.

O fóssil corresponde à parte esquerda da mandíbula superior de um jovem adulto, porém os pesquisadores ainda não conseguiram determinar o sexo da pessoa. Dentro da grande caverna onde foi encontrado, também foram descobertas lâminas e outras ferramentas de pedra que eram sofisticadas para a época, diversas lareiras e ossos queimados de animais. A descoberta indica que nossa espécie pode ter vivido fora da África já por volta de 175.000 anos atrás, 55.000 anos mais cedo do que se comprovara anteriormente.

O Homo sapiens apareceu pela primeira vez na África, com os fósseis mais antigos datando cerca de 300.000 anos. A saída do continente rumo a pontos extremos do globo é um dos fatores que explica a expansão humana pelo planeta.
Até agora, os fósseis mais antigos de Homo sapiens fora da África haviam sido descobertos em outras duas cavernas em Israel, e eram datados com entre 90.000 e 120.000 anos.

“Esta é uma descoberta emocionante, que confirma outras sugestões de uma migração anterior para fora da África”, acrescentou o paleoantropologista Rolf Quam, da Universidade Binghamton em Nova York, co-autor do estudo publicado na revista Science.

A nova descoberta apoia a ideia de que os humanos migraram da África por meio de uma rota rumo ao norte, pelo vale do rio Nilo, península do Sinai e pelo leste da costa mediterrânea, e não por uma rota mais ao sul através do estreito Bab al-Mandeb, que conecta a África à costa da Árabia Saudita, e de lá rumo ao subcontinente indiano e leste da Ásia, disse o paleoantropologista da Universidade de Tel-Aviv, Israel Hershkovitz, que liderou o estudo.


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