Restos de réptil de 3 metros estavam engavetados há cem anos na Alemanha
A descoberta foi divulgada por cientistas alemães. A ossada de uma nova espécie de plesiossauro, animal pré-histórico da época dos dinossauros, cujo esqueleto estava há cem anos engavetado sem classificação.
O Museu de História de Natural de Berlim anunciou na última semana a descoberta da espécie de réptil marinho Gronausaurus wegneri, que habitava águas costeiras e deltas de rios há cerca de 137 milhões de anos, no período do Cretáceo Inferior.
Em entrevista à BBC Brasil, o paleontólogo Oliver Hampe, responsável pela descoberta, explicou não ser comum encontrar depósitos do Cretáceo Inferior pelo mundo, na comparação com o período Jurássico ou do Cretáceo Superior. "Por isso, faz aprendermos mais sobre a evolução no período, principalmente do grupo dos Plesiossauros."
O "monstro" pré-histórico, como é chamado pelo museu, media entre 3 a 3,5 metros de comprimento, pequeno em relação a outros plesiossauros - que podiam chegar a ter até cerca de 20 metros de comprimento - e aos vizinhos mais famosos do período, os dinossauros - que por serem terrestres, pertencem a grupos diferentes.
Leptoceidus Capensis |
Guardado pelo Museu Geológico da Universidade de Münster, o fóssil do Gronausaurus wegneri só caiu nas mãos de Hampe no começo dos anos 2000, que o transferiu para o Museu de História Natural de Berlim para pesquisa. "Entre o trabalho com esse material e outros projetos paralelos, foram cerca de dez anos para confirmar que era realmente uma nova espécie'', contou.
O fato de o esqueleto pré-histórico ficar engavetado por um século não é um acontecimento isolado e é possível que outras descobertas do tipo ainda sejam feitas. "Isso é comum, na verdade. Quando o cientista vai a campo, ele geralmente encontra mais material do que é capaz de trabalhar e cuida primeiro daquele encontrado diretamente. O restante é armazenado para avaliação futura e pode ser esquecido", segundo Hampe.
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