domingo, 17 de novembro de 2024

Megarachne - Fóssil de aranha gigante

 É uma aranha mesmo?


Megarachne
é um gênero extinto de artrópode que foi inicialmente identificado como uma aranha gigante, mas, posteriormente, foi reclassificado como um euriptérido (também conhecido como "escorpião do mar"). Aqui está o que se sabe sobre esse fascinante fóssil:


Descoberta e Reclassificação

  • Primeira descrição: Megarachne servinei foi descrita em 1980 por Mario Hünicken com base em um fóssil encontrado na Argentina.
  • Classificação original: Inicialmente, foi identificada como uma aranha gigante devido à forma do fóssil, especialmente seu exoesqueleto e estruturas aparentes que lembravam quelíceras.
  • Revisão taxonômica: Em 2005, estudos mais detalhados revelaram que Megarachne não era uma aranha, mas sim um euriptérido. Esses animais são um grupo de artrópodes aquáticos que viveram entre o período Ordoviciano e o Permiano.


Características

  • Tamanho: Media cerca de 54 cm de comprimento, o que ainda a tornava um grande artrópode para os padrões modernos, mas não a "gigante" aranha imaginada inicialmente.
  • Forma do corpo: Seu corpo era achatado, com apêndices adaptados para a locomoção e possivelmente para capturar presas.
  • Habitat: Viveu em ambientes aquáticos durante o período Carbonífero (cerca de 300 milhões de anos atrás). Provavelmente habitava águas doces ou rasas.
  • Dieta: Provavelmente carnívora, alimentando-se de pequenos organismos aquáticos.

Contexto Paleontológico

  • Os euriptéridos são parentes distantes de aranhas, escorpiões e outros quelicerados modernos. Eles eram diversificados e ocupavam diferentes nichos ecológicos.
  • A reclassificação de Megarachne destacou a importância de análises cuidadosas em paleontologia, já que erros iniciais podem levar a interpretações sensacionais.



terça-feira, 16 de julho de 2024

Fóssil encontrado após enchente no RS

Espécime tem cerca de 233 milhões de anos, sendo um dos dinossauros mais antigos do mundo

Foto: Divulgação/Cappa - Rodrigo Temp Müller

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) encontraram um fóssil de dinossauro parcialmente exposto em um sítio fossílifero no interior de São João do Polêsine, na Região Central do Rio Grande do Sul. O achado está associado às chuvas de maio, que provocaram as enchentes.


Segundo o paleontólogo Rodrigo Temp Müller, as características de alguns ossos fossilizados revelam que o material pertence a um dinossauro carnívoro do grupo chamado de Herrerasauridae (conhecidos no Brasil e Argentina). Pelo que se pode observar, o espécime representa o segundo herrerassaurídeo mais completo do mundo já descoberto.

Foto: Divulgação/Cappa - Rodrigo Temp Müller

Após extraírem a rocha com o fóssil, os pesquisadores tiveram a dimensão de que se tratava de um dinossauro quase completo, com cerca de 2,5 metros de comprimento.

A região onde foi encontrado o fóssil está associada ao período Triássico, que é o primeiro da Era Mesozoica. No início desse período, o ecossistema se recuperava de uma extinção massiva e remonta à origem dos primeiros dinossauros.

Além do esqueleto fossilizado quase completo, os paleontólogos também encontraram fósseis de animais anteriores aos mamíferos, mais fragmentados, em outros municípios da região, como Faxinal do Soturno, Agudo, Dona Francisca e Paraíso do Sul.

Características do fóssil revelam que o material pertence a um Herrerasauridae


segunda-feira, 1 de julho de 2024

Dinossauros e humanos 200 anos de história

 Em 1824 a ciência reconhecia o primeiro dinossauro


O naturalista e teólogo inglês William Buckland se dirigiu à Sociedade Geológica de Londres, descrevendo uma enorme mandíbula e ossos de membros desenterrados em uma pedreira na vila de Stonesfield, perto de Oxford.


Buckland reconheceu que os fósseis pertenciam a um enorme réptil do passado e deu-lhe um nome científico formal: Megalosaurus, ou "grande lagarto” em latim. Foi nessa ocasião então que o primeiro dinossauro foi oficialmente identificado, dia 20 de fevereiro de 1824, embora essa palavra específica só viesse a ser cunhada alguns anos depois, na década de 1840.

"Foi o início do nosso fascínio pelos dinossauros”, conta Steve Brusatte, paleontólogo da Universidade de Edimburgo. "Seu anúncio abriu portas e deu início a uma corrida aos fósseis. As pessoas começaram a procurar por outros ossos gigantes na Inglaterra e em outros lugares."

Os dinossauros caminharam pelo planeta entre 231 milhões e 66 milhões de anos atrás, durante a era Mesozoica. Seus descendentes, os pássaros, existem até hoje.

"A nossa compreensão dos dinossauros mudou significativamente desde o século 19”, diz a paleontóloga Emma Nicholls, do Museu de História Natural da Universidade de Oxford, que abriga os fósseis do Megalossauro.



"Buckland e outros cavalheiros naturalistas do início do século 19 ficariam surpresos com o quanto sabemos sobre os dinossauros”, acrescenta Brusatte.

O Megalossauro é um bom exemplo. Na época, Buckland pensava que se tratava de um lagarto com cerca de 20 metros de comprimento, que andava em quatro patas e que poderia viver na terra ou na água.

Os cientistas sabem agora que ele não era um quadrúpede e nem um lagarto, mas que pertencia ao grupo dos terópodes, que inclui dinossauros carnívoros como o Tiranossauro e o Espinossauro. Em relação ao seu tamanho, estima-se que ele tinha cerca de 9 metros de comprimento.


Buckland, como outros de sua época, não conseguia estimar há quanto tempo os dinossauros teriam habitado o planeta, acreditando que a Terra em si tinha apenas alguns milhares de anos. Os cientistas sabem agora que o planeta tem cerca de 4,5 bilhões de anos e que o Megalossauro teria vivido há cerca de 165 milhões de anos.

"Foram necessárias várias décadas para os geólogos compreenderem que a Terra era verdadeiramente antiga e que a vida evoluiu ao longo de vastos períodos. Os dinossauros e outros fósseis descobertos foram um grande impulso nesta mudança”, diz Brusatte.


Richard Owen


O naturalista inglês Richard Owen reconheceu que os fósseis de Megalossauro encontrados no sul da Inglaterra e de dois outros grandes répteis terrestres, o Iguanodon e o Hylaeosaurus, formavam um grupo comum, chamando-os de "Dinosauria" em uma conferência de 1841, e em uma publicação do ano seguinte.

A subsequente descoberta de fósseis de Hadrosaurus e Dryptosaurus no estado americano de Nova Jersey demonstrou que pelo menos alguns dinossauros eram bípedes, mudando a percepção de que se assemelhavam a rinocerontes. Na década de 1870, os primeiros esqueletos completos de grandes dinossauros apareceram, primeiro no oeste dos Estados Unidos, depois na Bélgica e em outros lugares, demonstrando a anatomia distinta e a diversidade dos dinossauros.

Na década de 1960, a identificação do Deinonychus, um pequeno dinossauro carnívoro, abalou a paleontologia e inaugurou um período de pesquisa denominado "Renascimento dos Dinossauros". Ele mostrou que esses animais também podiam ser pequenos e ágeis. Alguns eram notavelmente semelhantes anatomicamente às primeiras aves, como o Archaeopteryx, fortalecendo a ideia de que as aves teriam evoluído a partir de pequenos dinossauros com penas.

Também provocou um debate sobre se os dinossauros tinham sangue quente como os pássaros, contradizendo a visão antiga de que eram lentos, desajeitados e de sangue frio.

"Nas décadas seguintes, houve um aumento no trabalho sobre o crescimento dos dinossauros, o uso de tomografias computadorizadas, métodos analíticos para reconstruir as relações evolutivas e a função biomecânica, tudo isso ajudou a criar uma visão mais dinâmica e biológica dos dinossauros como seres vivos”, diz Thomas Holtz, da Universidade de Maryland.

Os paleontólogos colocam fósseis cranianos em scanners para construir modelos digitais de cérebros e até sentidos de dinossauros, como visão, audição e olfato. Os cientistas agora também conseguem dizer até a cor dos dinossauros se a pele ou penas estiverem bem preservadas a ponto de reterem bolhas microscópicas de melanossomos contendo pigmentos nas células

Existem atualmente mais de 2 mil espécies de dinossauros conhecidas, e a paleontologia é uma ciência vibrante e internacional. Descobertas surpreendentes foram feitas em lugares como China, Argentina, África do Sul, Mongólia e também no Brasil.


terça-feira, 25 de junho de 2024

Barosaurus

Barosaurus Illustration by Zdenek Burian, 1976 "A Paleontologie,"1990

O Barosaurus é um gênero de dinossauro saurópode que viveu durante o período Jurássico Superior, aproximadamente entre 155 e 150 milhões de anos atrás.

Características Físicas

  1. Tamanho: O Barosaurus era um dos maiores dinossauros, com estimativas de comprimento variando entre 24 e 27 metros, e algumas fontes sugerem que poderia ter chegado a 30 metros. Ele pesava cerca de 12 a 20 toneladas.

  2. Pescoço Longo: Uma das características mais notáveis do Barosaurus era seu pescoço extremamente longo, que podia medir cerca de 9 metros. Ele tinha um pescoço mais longo em comparação com muitos outros saurópodes, possivelmente usado para alcançar folhas em árvores altas.

  3. Corpo e Cauda: O corpo do Barosaurus era relativamente curto e robusto, enquanto sua cauda era longa e fina, possivelmente usada como um chicote para defesa.


Ecologia e Comportamento

  1. Dieta: Como outros saurópodes, o Barosaurus era herbívoro, alimentando-se principalmente de plantas. Ele provavelmente se alimentava de coníferas, samambaias e outras plantas altas.

  2. Ambiente: Ele habitava regiões que hoje correspondem à América do Norte, particularmente na Formação Morrison, que é conhecida por ser rica em fósseis de dinossauros.


Descoberta e Classificação

  1. Fósseis: Os primeiros fósseis de Barosaurus foram descobertos no final do século XIX. Desde então, restos adicionais foram encontrados, mas o material ainda é relativamente escasso em comparação com outros saurópodes como o Apatosaurus e o Diplodocus.

  2. Nome: O nome Barosaurus significa "lagarto pesado", derivado das palavras gregas "barys" (pesado) e "sauros" (lagarto).

  3. Relação com Outros Saurópodes: O Barosaurus está intimamente relacionado com o Diplodocus e o Apatosaurus, e faz parte da família Diplodocidae. Ele compartilha muitas características anatômicas com esses gêneros, mas é distinguível pelo seu pescoço excepcionalmente longo e outras características esqueléticas.



Estudos e Pesquisas

  1. Reconstruções: Devido à natureza fragmentária dos fósseis, a reconstrução do Barosaurus envolve muita comparação com seus parentes mais bem conhecidos. Pesquisas continuam a fornecer novas informações sobre sua anatomia e modo de vida.

  2. Exibições: Réplicas esqueléticas de Barosaurus podem ser vistas em vários museus ao redor do mundo. Uma das mais famosas é a montagem no Museu Americano de História Natural em Nova York.

O Barosaurus continua a ser um objeto de estudo fascinante para paleontólogos, oferecendo insights valiosos sobre a diversidade e a evolução dos saurópodes.


sexta-feira, 19 de abril de 2024

Tietasaura derbyiana


 Dinossauro que viveu na Bahia é batizado de Tieta

Durante a análise, foi identificada a espécie nova, a primeira no Brasil de um dinossauro do grupo dos ornitísquios, uma ordem de dinossauros herbívoros, caracterizados pelo focinho em forma de bico e pela estrutura da pélvis que se assemelha à das aves.

O espécime foi batizado como Tietasaura derbyiana, em homenagem à "Tieta do Agreste", romance do escritor Jorge Amado, e ao geólogo e naturalista Orville A. Derby, fundador do Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil e um dos pioneiros da paleontologia brasileira.

A equipe de paleontólogos, coordenada pelas pesquisadoras Kamila Bandeira e Valéria Gallo, ambas do Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes (Ibrag) da Uerj, analisou fósseis coletados entre 1859 e 1906 na Bacia do Recôncavo, unidade geológica localizada no Nordeste do Brasil. Esses materiais eram considerados perdidos, mas foram encontrados recentemente no Museu de História Natural de Londres.

Os resultados foram publicados neste mês de abril no periódico científico Historical Biology, fornecendo novas perspectivas sobre a evolução e diversificação dos dinossauros, além de destacar a necessidade de preservar coleções históricas para o avanço da ciência.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Fóssil completo de réptil aquático 240 milhões de anos

Dinocephalosaurus orientalis


Apelidado de Dragão, cientistas revelaram os detalhes de um fóssil novo e extraordinariamente completo de um réptil aquático com 5 metros de comprimento do período Triássico.

Foi a primeira vez que cientistas conseguiram ver esse fóssil por inteiro, que originalmente foi identificado em 2003.


Ele tinha membros parecidos a nadadeiras e o pescoço é mais longo que o corpo e a cauda juntos. Disse Nick Fraser, paleontólogo do Museus Nacionais da Escócia, que fez parte da equipe internacional que estudou o fóssil.

O pesquisador especulou que um "pescoço longo e flexível", com 32 vértebras separadas, poderia ter proporcionado uma vantagem na caça e permitiu que o Dinocephalosaurus orientalis procurasse comida em fendas sob a água.

O fóssil foi descoberto em antigos depósitos de calcário no sul da China.



segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Comparação entre Otodus Megalodon, Deinosuchus riograndensis e um ser humano


Megalodonte viveu há aproximadamente 23 a 3,6 milhões de anos, durante o Mioceno Inferior ao Plioceno

Deinosuchus é um gênero extinto de Crocodilianos relativos aos aligátores atuais que viveram entre 83 a 73 milhões de anos atrás durante o período Cretáceo na América do Norte

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